Embora a pandemia tenha afetado a grande maioria dos setores da economia, o agronegócio foi um dos que conseguiram resistir melhor às turbulências, principalmente por estar ligado à produção de alimentos e outros insumos básicos que não podem parar.
Engana-se quem pensa que o agronegócio consiste apenas na plantação e colheita dos alimentos. Atualmente, existe uma cadeia produtiva complexa que envolve pesquisa, distribuição, crédito, logística, armazenamento e comercialização. Por isso, a tendência é que em 2022 haja uma forte demanda por profissionais nas áreas de finanças, recursos humanos, TI, compras, especialistas em fusões e aquisições, entre outros profissionais que, à primeira vista, não possuem uma ligação tradicional com o agro.
Dessa forma, o momento traz muitas oportunidades para o setor, mas também apresenta alguns desafios para manter o crescimento e lidar com as novas necessidades de atualização e profissionalização do negócio.
Boas perspectivas para 2022
A projeção para a safra 2021/2022 é 12,5% superior ao período 2020/2021, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A verdade é que o agronegócio apresenta um dos cenários mais positivos quando comparado a outros setores da economia porque está ligado a necessidades básicas que não pararam durante os períodos mais agudos da pandemia. Em 2020, houve recorde da safra e o que se espera é que os investimentos feitos nesse período comecem a produzir resultados a partir de agora. Por isso, para a grande maioria dos analistas, as perspectivas do mercado são boas para 2022.
Transformação também chegou forte no agro
Apesar de ter passado mais longe da crise gerada pela pandemia, o agronegócio também foi influenciado por grandes transformações tecnológicas que tendem a aumentar as produções e a previsibilidade do negócio. Novas formas de gestão do negócio, conexão cidade-campo e contexto do mercado internacional também criaram um novo cenário para os profissionais do setor, com a abertura de muitas oportunidades e a demanda por habilidades que antes não eram tão valorizadas no ramo. No agronegócio não se trata apenas de produzir e vender pelo melhor preço. O setor é um grande negócio, com diferentes atores na cadeia produtiva, que envolve temas como acesso à crédito, fusões e aquisições e novos parâmetros da agenda ESG. Sem falar da conectividade cada vez mais necessária entre as inúmeras partes dessa cadeia. Quando se fala em exportação, a preocupação com o meio ambiente, sustentabilidade e compensação de carbono também são fortes tendências que atraem novos perfis de especialistas.
Busca por profissionais qualificados é o desafio
Além de enfrentar fenômenos climáticos como La Niña e a seca no Sul do país que atrapalham produções como as de milho e soja, a elevação da taxa de juros Selic também pode frear a captação de crédito e dificultar um pouco mais os investimentos. Mas há um grande desafio também na busca por profissionais qualificados para o agronegócio. Apesar de viver uma situação de pleno emprego, o recrutamento do setor vai precisar de novos perfis que consigam unir habilidades técnicas do setor com a visão para novas tecnologias, para o mercado financeiro e também para os produtores. A tecnologia é fundamental para que haja uma relação dinâmica e eficiente com todos pilares de sustentação do negócio. Agrônomos, químicos, veterinários que consigam trazer um olhar mais abrangente, tendem a levar vantagem nessa busca. Inclusive, já há uma tendência no agro pelo intercâmbio com profissionais de outras regiões e a busca em outros setores da economia que possam ajudar no desenvolvimento do negócio.
Sinal de que a transformação do agronegócio chegou com força é o desafio por uma gestão mais profissional. Para atrair mais investimentos, cada vez mais as empresas precisam olhar com cuidado para as novas exigências da ESG. Por isso, há também a necessidade de capacitação e qualificação de profissionais e lideranças com conhecimento do setor, mas que também sejam capazes de trabalhar com temas sociais, de meio ambiente e de governança. Dessa forma, não é por acaso que o agronegócio está de olho em profissionais de RH, finanças, desenvolvimento organizacional e de negócios e, claro, desenvolvedores em tecnologia.
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